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✮ A Usina de Assuã e o Sudão ➤[ Reyesvalenciennes Nª 299]

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✮ A Usina de Assuã e o Sudão ➤[ Reyesvalenciennes Nª  299]

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     Situada em sua maior parte do sul do Egito , mas abrangendo também uma área ao norte do Sudão , existe a represa de Assuã , destinada a gerar a energia elétrica. Ela represa as águas do rio Nilo , formando um imenso lago artificial , que possui 480 km de comprimento no seu trecho mais largo , e foi construída entre 1960 e 1970 , com a ajuda da União Soviética. Três quartos da eletricidade gerada por essa udina ficam para o Egito e um quarto vai para o Sudão , conforme um tratado assinado pelos dois países antes da construção , apesar de nos últimos anos o Sudão criticar essa distribuição e exigir uma porção maior dessa energia. Na época em que foi construída era a maior usina hidrelétrica do mundo e supria com folga as necessidades de energia elétrica dos dois países banhados pelo Nilo. Mas o consumo de energia. Na época em que foi construída era a maior usina hidrelétrica do mundo e supria com folga as necessidades de energia elétrica dos dois países banhados pelo Nilo. Mas o consumo de energia cresceu bastante nas duas nações e atualmente a energia produzida na usina de Assuã não é mais suficiente , advindo daí as reclamações do Sudão. Este país tem até um projeto de construir sozinho uma outra usina hidrelétrica , a de Hamdad , mais ao sul da de Assuã , o que poderia diminuir a vazão das águas do rio e prejudicar esta represa , agravando os problemas com o Egito. O Sudão só não iniciou ainda essa obra por falta de recursos e também porque vem passando por inúmeros conflitos internos desde o início da década de 1990. Do ponto de vista ambiental , após o término da construção da barragem de Assuã , até 1998, houve uma perda de 15% das águas do rio Nilo, provocada pela evaporação e pelo aumento do cultivo de plantas que absorvem muita água , como a cana-de-açúcar e o arroz , nas margens da represa e do rio. Isso é grave , levando-se em conta que o rio é a grande riqueza natural dos dois países - situados num meio desértico - e que esse processo de maior evaporação e perda das águas é lento e pode continuar a se agravar nas próximas décadas. Mas o Sudão enfrenta muito outros problemas . É o maior país da África em território. Em 2003 , a renda per capita estava cerca de 1.000 dólares , ainda que esteja acima da média do continente africano , que era inferior a 600 dólares ao ano. No entanto , a expectativa de vida é baixíssima: apenas 55 anos , em média. E a população sudanesa é bastante dividida etnicamente: existe uma parte árabe e muçulmana , situada principalmente no norte do país, e uma outra parte negra (na realidade , várias etnias , que têm em comum a cor da pele) e que pratica religiões africanas tradicionais ou então o cristianismo. Quem controla o Estado é  a população árabe , que tenta forçar a islamização do sul do país. Esse fato, somado às diferenças étnicas , deu origem a um conflito que já dura cerca de duas décadas , que opõe principalmente grupos de guerrilheiros , sediados em áreas do sul e sudeste do país , e o governo sediado em Cartum , a capital do Sudão. O governo sudanês adota um islamismo radical , diferente do islamismo do Egito e mais próximo do da Líbia. Existem acusações , que foram até mesmo aceitas pela ONU , de que o governo do Sudão promove o terrorismo internacional , tendo participado de atentados no exterior contra pessoas ou instalações do Egito e dos Estados Unidos. Isso levou a uma situação de pré-guerra com o Egito e as forças armadas norte-americanas em 1998 , que bombardearam instalações militares e industriais (indústria química, que supostamente produziria armas químicas) no território sudanês. 

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