[Texto do Dia]→ No decorrer da história da humanidade , os seres humanos desenvolveram uma enorme variedade de formas de comunicação entre os membros de suas comunidades. Os mapas podem ser considerados uma dessas formas , sendo um dos meios mais antigos de representação do mundo real : de acordo com pesquisas , há registros cartográficos anteriores a 6000 a.C. O estudo dos registros cartográficos permite-nos compreender como as sociedades do passado se constituíram e como eram estabelecidas as relações de poder entre os povos. Desse modo , ao analisarmos um mapa , devemos perceber que não representam apenas registros sem vida dos contornos ou relevos , mas são imagens refletidas das paisagens humanizadas ou dos espaços geográficos. A cartografia , considerada a técnica ou a arte de se representar a superfície terrestre no plano , acompanha a história da humanidade desde os seus primórdios. Muitos povos usavam diversos materiais para fazer seus registros , alguns dos quais eram desenhados nas paredes das cavernas , em pele de animais , conchas ou mesmo em cascas de árvores: neles eram assinalados a passagem próxima e os usos e costumes dos povos que os elaboraram. Além de terem uma função prática , os mapas representam uma visão de mundo , uma vez que refletem o conhecimento que diversos povos tiveram do planeta em determinado período , expressando diferentes épocas e culturas . São a representação simbólica da geografia de cada momento histórico. Para o geógrafo J.B. Harley , um livro de geografia que não inclui mapas é como um conto de fadas sem enredo ou personagens: segundo ele , o cartógrafo retrata no papel o ambiente da forma como o vê no presente , considerando o mundo de seu tempo. Por essa razão , os mapas devem ser compreendidos com base na visão de quem os elabora , o que lhes confere um caráter ideológico.