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✮ A Transferência da Corte Para O Brasil ➤ [Reyesvalenciennes Nª 239]

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✮  A Transferência da Corte Para O Brasil ➤ [Reyesvalenciennes Nª  239]

[Texto do Dia]→  O governo português "equilibrava-se na corda bamba" desde a chegada de Napoleão ao poder. De um lado, tentava preservar sua antiga ligação com a Inglaterra, país do qual economicamente , e , de outro , procurava acomodar-se às exigências do governo francês , a fim de evitar uma guerra direta e a invasão do reino. Em meio a esse jogo estava o regente d.João , filho da rainha d.Maria I, cujas manifestações de loucura haviam provocado seu afastamento do trono desde 1792. D. João era o segundo filho de d.Maria I e d.Pedro III (falecido em 1787). A princípio , o sucessor do pai era seu irmão mais velho , d.José , que morrera em 1788 , vítima de varíola . D. João , que não fora preparado para governar , tivera pouco estudo e , talvez por isso mesmo , por saber de suas limitações , fosse muito inseguro e dependente das opiniões de seus conselheiros e ministros.  Todas as pessoas que conviveram com d.João e escreveram sobre ele concordam que um traço marcante de sua personalidade era a indecisão, o que o levava a adiar ao máximo  qualquer decisão importante. Para alguns desses observadores , na verdade , essa vacilação aparente escondia certa esperteza, que estaria exatamente em nunca se comprometer firmemente  com nada e daí ter sempre uma "porta aberta" para recuar ou mudar de ideia se a necessidade o exigisse. E assim ocorreu quando Napoleão decretou o Bloqueio Continental contra a Inglaterra , em 1806 , proibindo o comércio entre os ingleses e os países controlados pela França. O objetivo era sufocar a economia inglesa e abrir o mercado europeu para os produtos da indústria francesa. A princípio , sob intensa pressão francesa , d.João aderiu ao bloqueio. Contudo , os prejuízos à economia do reino português eram muito grandes e não demorou para que um grupo de nobres e comerciantes pró-Inglaterra aconselhasse o regente a resistir e apoiar a velha aliada britânica. O governo de Londres , por sua vez , também pressionado pela perda dos mercados europeus, buscava assegurar e ampliar seus negócios na América , sendo as colônias portuguesas vitais para esse fim. Por isso , o representante do governo inglês em Lisboa, Lorde Strangford , insistia a transferência da corte para o Brasil , prometendo proteção à família real. Caso contrário , o ingleses atacariam Portugal , que estava aliado aos franceses. Enquanto d.João adiava qualquer decisão , Napoleão agia. Em outubro de 1807 ,  general francês assinou um acordo com o governo de Madri - o Tratado de Fontainebleau - , pelo qual tropas francesas usariam o território espanhol para alcançar e ocupar Portugal. Não havia alternativa para d.João: aceitaria a oferta inglesa e vir para o Brasil era a única forma de impedir que Napoleão incorporasse Portugal ao Império da França. Naquele momento , porém , tudo tinha de ser feito às pressas! No dia 28 de novembro de 1807 , a esquerda português levantou âncora. O marechal francês Junot , que comandava a invasão francesa , chegou ao porto a tempo de ver os últimos sinais das velas desaparecendo em alto-mar. 

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