[Texto do dia]→ A Turquia negociou seu ingresso na União Europeia desde a década de 1990. Ocorre que o bloco europeu fez muitas exigências para aceitá-la como Estado-Membro. Inicialmente , foram feitos ajustes na economia turca para permitir a elevação dos salários , até então muito baixos para os padrões europeus . Em Seguida , a Turquia foi pressionada a retirar de sua Constituição cláusulas que permitiam a pena de morte , proibida em toda a União Europeia. Atendendo a essa exigência do bloco, o governo turco finalmente aboliu a pena de morte. Mas surgiram sempre outros problemas , dificultando a adesão do país ao bloco europeu. Em primeiro lugar, existiu a questão dos direitos humanos. As mulheres e os homossexuais , por exemplo, sofreram forte discriminação na Turquia , o que escandaliza os europeus. Os curdos são outra vítima de discriminação na Turquia . Esse grupo etnico habita o sudeste do país , na fronteira com o Iraque, e luta para criar seu país , o Curdistão. Para intimidá-los , o exército turco os reprime violentamente , fato que prejudicou a imagem da Turquia perante a Europa. Além das antigas disputas com a Grécia - houve rivalidades entre turcos e gregos em Chipre - , o governo turco não reconheceu o genocídio armênio de 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, quando 1,5 milhão de armênios foram mortos em poucos meses pelo exército turco . Muitos países , como a França, exigiram que a Turquia reconhecesse esse crime para ser membro da União Europeia. As barreiras para a entrada da Turquia como membro pleno da União Europeia estenderam-se também à religião . A Turquia seria o primeiro país de maioria muçulmana a ingressar no bloco europeu. Essa situação é complicada porque a população é majoritariamente cristã. Os ataques de 11 de setembro de 2001, alguns importantes meios de comunicação criaram uma hipótese ao denunciar o suposto perigo que o islamismo representava para o Ocidente Cristão. Pesando a favor do ingresso da Turquia na União Europeia, há justamente a sua grande população . Mais de 70 milhões de habitantes poderiam fortalecer o mercado consumidor do bloco, situação que interessava às grandes transnacionais europeias.