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☆ Lima Barreto - Triste Fim de Policarpo Quaresma (1911) ➣ Reyesvalenciennes [Nª 55]

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[TEXTO DO DIA]→   Nessa obra , Lima Barreto faz a caricatura do patriota ingênuo, idealista , ufanista ., em confronto com os que "vencem na vida"- figuras bajuladoras , medíocres , carreiristas e burocráticas. Funcionário público  digno e pontual , o Major Quaresma , protagonista do romance , fracassa nos projetos de melhorar o Brasil , a que se dedica após aposentar-se. No desfecho do livro, é ironicamente condenado por crime de alta traição à pátria , por denunciar ao ditador Floriano Peixoto as execuções sumárias dos adversários do governo ocorridas durante a Revolta da Armada , em 1895, enquanto o Major se amargur com os próprios ideais, questionando-se só agora - quando lhe resta aguardar pelo "triste fim" , a morte -, seus antagonistas permanecessem impunes. Entretanto, o leitor percebe o verdadeiro alvo de Lima Barreto em "Triste Fim de Policarpo Quaresma:  não se trata exatamente da caricatura do patriota ingênuo, ridículo em sua insistência pelo ideal, mas da caricatura da pátria que ele julgava existir...  Ao longo da leitura , portanto, a imagem ingênua da pátria é que vai sendo despida com crueza , em toda a sua mediocridade , enquanto a imagem do patriota se agiganta. Ele nada vê , nada percebe , nada compreende , em termos de senso de realidade prática. Luta contra moinhos de vento, como Dom Quixote. A proximidade entre o jornalista e o escritor torna a literatura de Lima Barreto mais coloquial e, portanto , mais acessível ao grande público . A incorporação de recursos da crônica jornalística é visível em seus textos , nos quais a simplicidade da linguagem , sua aproximação da fala cotidiana e a ironia sempre contundente estão voltadas para a denúncia de verdadeiro painel crítico e repleto de indignação. Outras obras do escritor : Numa e Ninfa (1915) , Vida e Morte de M.J. Gonzaga de SÁ (1919), Clara dos Anjos (1948).

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