[TEXTO DO DIA]→ Desde que se desintegrava o Império Romano do Ocidente (Século V) , a Europa Ocidental se organizara em reinos resultantes da fusão entre as sociedades germânica e romana. Esses reinos , geralmente de curta duração , na fase de transição do escravismo ao feudalismo ( Século V ao X) , assistiram à decomposição do Estado e da monarquia centralizada como instituições políticas nacionais. Essas transformações políticas correspondiam a modificações sócio-econômicas que reduziram a sociedade a microcosmos estanques : o feudo, rural , auto-suficiente, agrário , e onde todos se submetiam a um suserano ( o senhor feudal) . Assim , o século C. , os reinos apresentavam-se fragmentados territorialmente , descentralizado politicamente, e onde o Rei tinha poderes de direito , mas dr fato não os exercia. Entretanto, o Renascimento Comercial e Urbano , acompanhado da formação e desenvolvimento da burguesia , contribuiu para modificar as estruturas políticas existentes. Com efeito , a burguesia, ligada principalmente ao comércio , tinha suas atividades dificultadas pelo feudalismo, marcado pela pluralidade de moedas e pedágios?, pela multiplicidade de alfândegas, pela diversidade de leis (baseadas em remover esses obstáculos e ampliar seus negócios a uma escala nacional, a burguesia forneceu auxílio à empresa de centralização política e territorial realizada pelos Reis , sobretudo a partir do século XIX. A aliança burguesia realeza proporcionou às Monarquias Feudais:
-Recursos Humanos - através de tropas auxiliares, funcionários para administração que se criava , e especiarias - os legistas - no Direito Romano, usado como fonte para justificar o poder monárquico nascente;
-Recursos Financeiros - necessários apara financiar o recrutamento de forças militares e a utilização de armas de fogo.
A superioridade das Monarquias sobre os senhores feudais acentuou-se : os castelos feudais deixaram de ser invulneráveis com o desenvolvimento da artilharia ; a criação de exércitos profissionais , convertidos em poderosos sustentáculos das Monarquias, libertaram-nas da até então imprescindível ajuda da nobreza feudal , cuja principal instituição Militar - a cavalaria - tornou-se inútil diante da infantaria com arcabuzes e mosquetes. Assim, os monarcas feudais foram impondo sua autoridade sobre a nobreza feudal inclusive fazendo valer seus direitos como soberanos - segundo o Direito Feudal, por exemplo, podiam confiscar feudos de vassalos que se recusaram a cumprir suas obrigações , morressem sem deixar herdeiros -, ou realizando casamentos políticos, como de Fernando de Aragão e Isabel de Castela , resultando na União de dois Reinos : Castela e Aragão. Desse modo, a centralização monárquica, paralelamente aos aumentos dos domínios reais , ou seja , os territórios submetidos diretamente à autoridade do Rei , redundou no Estado Nacional com superfície territorial variável , englobando populações dotadas de hábitos, tradições, línguas e certa consciência coletiva comuns ; politicamente centralizado nas mãos de um monarca cuja autoridade era de direito e fato; dispondo de complexo e numerosos corpo de agentes reais (burocracia) ; tendo moedas e impostos reais e necessários às crescentes despesas do Estado; possuindo um exército permanente e subordinado diretamente à Monarquia. Esse processo de centralização do poder real e de unificação territorial não se concretizou no Sacro Império Romano-Germânico (a Alemanha) devido a fatores vários como a Reforma Luterana que reforçou a nobreza feudal. Da mesma forma a Itália também permaneceu desmembrada em Cidades-Estados cujo poderio frustrou as tentativas e unificação político-territorial. Essas transformações foram aceleradas entre o século XIV e XV quando:
1) a crise do feudalismo no século XIV e XV e a elevação geral dos preços no século XVI arruinaram a nobreza feudal , ainda mais enfraquecida com guerras em que ela se , como a Guerra das Duas Rodas (1455-1485) na Inglaterra;
2) o Humanismo e o Renascimento operaram uma revolução intelectual , onde a livre crítica estimulava a Razão em detrimento da Fé e da força , abalando a ascendência da Igreja e da nobreza feudal;
3) a Reforma com a concepção da universalidade cristã ( fundamento teórico da supremacia da Igreja) fortaleceu os sentimentos nacionais , identificados com os Reis, apresentada teoricamente como a encarnação viva da Nação . (RUBIM AQUINO).