Fotografia de uma reprodução que foi utilizada numa extinta rede social do titular dessa página, Reyes Valenciennes. |
Em 113 a.C., o tribuno da plebe Tibério Graco (163-133 a.C.) propôs a reforma agrária em Roma. A ideia era resolver o problema da plebe marginalizada sem terra fazendo valer uma lei antiga , que proibia a qualquer pessoa usar mais de 312 acres de terra pertencentes ao Estado. Por muitos anos a aristocracia ignorava essa lei, ocupando ilegalmente imensos lotes de terra pública- o ager publicus . Ao colocar em vigor a lei , Tibério esperava liberar os lotes para redistribuí-los aos plebeus. A elite patrícia se opôs radicalmente ao projeto , que ameaçava suas propriedades. Para preservar o status quo, os senadores assassinaram Tibério e cerca de 300 de seus partidários , cujos corpos foram lançados ao rio Tibre. Posteriormente a causa agrária foi retomada por Caio Graco (153-121 a.C), irmão mais novo de Tibério. Caio , um orador talentoso , que logo conquistou apoio da plebe marginalizada , acabou eleito tribuno em 123 a.C. Ele reapresentou o plano de distribuição de terras de seu irmão e, tal como ele , despertou o ódio dos senadores . Desencadeou-se em Roma uma rápida guerra civil em que Caio Graco (que talvez tenha cometido suicídio) e 3 mil de seus seguidores foram mortos. O senado tornara o assassinato um meio de se desfazer da oposição incômoda. Roma mergulhou numa era de violência política , que terminou com a destruição da República. Embora se considerasse o guardião da liberdade republicana , o Senado expressava , na realidade, a determinação de algumas centenas de famílias em manter o controle sobre o Estado, num exemplo clássico de uma minoria agarrando-se ao poder com todas as suas forças.