Fotografia: Reprodução - Imagem autenticada para os upload's da galeria de Reyes Valenciennes. |
Tanto Jaime I como Carlos I acreditavam no absolutismo real e desprezavam o Parlamento. Eles tentaram tornar a Corte e a Coroa os únicos órgãos governamentais, eliminando as prerrogativas do Parlamento. Através dos sacerdotes anglicanos, pregavam a doutrina do direito divino dos reis. Em 1640, a necessidade do rei de obter novos impostos para enfrentar a rebelião de uma Escócia calvinista , que recusara o anglicanismo , precipitou o confronto entre o rei e o Parlamento. Convocado pelo rei, após 11 anos sem tê-lo , o parlamento se reuniu e, para aceitar o pedido real, impôs-lhe que fosse concedido o direito de ser consultado sobre questões tributárias e religiosas. Carlos I considerou tais exigências um ataque à autoridade real e ordenou que o Parlamento fosse fechado. A guerra civil que se seguiu, denominada Revolução Puritana, confrontava , de um lado , o rei , seus nobres e a hierarquia da Igreja anglicana e, de outro, um novo tipo de exército , sem precedentes na Europa , financiado por comerciantes e comandado por Oliver Cromwell (1599-1658). Esse exército , comandado por agricultores enriquecidos e composto por puritanos abnegados, derrotou as tropas leais ao rei. Janeiro de 1649: por ordem do Parlamento, Carlos I foi executado publicamente por ter quebrado o contrato político com a sociedade inglesa. A Inglaterra tornou-se uma república. Por 11 anos o poder ficou nas mãos de um exército revolucionário e de um Parlamento puritano, em que os monarquistas foram destituídos. Cromwell, um republicano moderado, que defendia a tolerância religiosa, tornou-se a ponte entre o Parlamento e o exército , o "protetor" da Inglaterra. Assumiu o controle total do exército, após expurgá-lo dos soldados radicais , que desejavam redistribuir a propriedade e dar o direito de voto a todos os homens. Mas o descontentamento da população pobre, que formara as tropas do exército , criara um forte clima de instabilidade política. Esses grupos descontentes eram liderados por homens como John Lilburne, o Nivelador, que reivindicava a redistribuição da propriedade, o direito de voto para a população masculina e a abolição das elites intelectuais e religiosas que apoiavam os interesses dos grupos dominantes. Em 1660, após a morte de Cromwel, as elites vivem o medo desses movimentos populares. Assegurados os interesses econômicos da pequena nobreza e dos comerciantes, o Parlamento preferiu a volta à monarquia e convidou o filho exilado de Carlos I a ocupar o trono. Carlos II, por receio do Parlamento e de morte semelhante à de seu pai, não adotou o absolutismo , embora tentasse minimizar a atuação dos parlamentares. No entanto, o ódio a Cromwell era público e seu corpo foi retirado da sepultura na catedral de Westminster e enforcado no local de execução dos criminosos; sua cabeça foi colocada num poste e exibida à entrada do Parlamento. Toda essa efervescência política alimentaria a obra de um importante pensador político: Thomas Hobbes (1588-1679). O irmão e sucessor de Carlos II, Jaime II (1685-1688), admirador do modelo absolutista francês, reuniu em sua Corte conselheiros católicos e partidários do absolutismo. A ideia era submeter o parlamento e os governos locais. Seu catolicismo o levou ao isolamento. A igreja anglicana não o apoiava, e forças políticas semelhantes às que se haviam congregado contra seu pai, Carlos I, acabaram por destroná-lo.